A qualidade do sono tem um papel central no bem-estar, e acordar várias vezes ao longo da noite impacta como nos sentimos ao despertar e durante o dia. Apesar de comum, o ato de acordar várias vezes à noite levanta dúvidas, e muitos se perguntam se essa prática é normal.
Neste artigo, abordaremos os fatores que contribuem para esses despertares e quando é aconselhável procurar orientação médica.
Acordar várias vezes durante a noite é normal?
Interrupções no sono podem ocorrer naturalmente. O despertar durante a noite é uma característica humana e costuma coincidir com as transições entre as fases do sono. Estas são divididas em estágios, entre eles o sono leve, o sono intermediário o sono profundo e o sono REM (movimento rápido dos olhos), sendo que cada ciclo completo dura cerca de 90 a 110 minutos.
Em cada transição de estágio, especialmente entre o sono leve e o profundo, o corpo está mais suscetível a breves despertares, que geralmente passam despercebidos.Estes só se tornam um problema quando a pessoa acorda várias vezes e não consegue voltar a dormir facilmente.
Isso resulta em um sono fragmentado, impactando a restauração natural do corpo e mente, e levando a sinais de cansaço, irritação e até mesmo dificuldades cognitivas no dia seguinte.
Possíveis causas para acordar várias vezes durante a noite
Existem diversas causas que estão relacionadas aos despertares frequentes, e elas vão desde questões fisiológicas até hábitos cotidianos. Algumas das mais comuns incluem:
Fatores fisiológicos e mudanças no ciclo de sono: à medida que envelhecemos, os ciclos de sono sofrem mudanças naturais, tornando-o mais leve e propenso a interrupções. Pessoas mais velhas tendem a acordar com mais facilidade durante a noite, e é comum que sintam mais necessidade de ir ao banheiro nesse período, contribuindo para despertares mais frequentes;
Ambiente inadequado: luz, ruídos e temperatura ambiente afetam a continuidade do sono. Um quarto muito quente, barulhento ou excessivamente iluminado pode desencadear breves despertares durante a noite;
Distúrbios respiratórios do sono: condições como a apneia obstrutiva do sono são causas comuns de interrupções. Esta condição se caracteriza por obstruções intermitentes nas vias respiratórias, levando ao despertar frequente para restabelecer a respiração. Esse tipo de distúrbio afeta não apenas a qualidade do sono, mas também a saúde cardiovascular;
Ansiedade e estresse: estresse e ansiedade impactam diretamente o sono, e a preocupação pode torná-lo mais frágil. Pensamentos recorrentes durante a noite correm o risco de levar a despertar e ter dificuldade para voltar a dormir;
Alimentação e consumo de substâncias: a ingestão de cafeína e bebidas alcoolicas em horários próximos ao de dormir interfere na qualidade do sono. Embora o álcool possa inicialmente causar sonolência, ele tende a provocar despertares durante a madrugada. Da mesma forma, refeições muito pesadas, ricas em gordura ou açúcar, dificultam a digestão e atrapalham o sono;
Distúrbios do sono: outras condições como insônia, síndrome das pernas inquietas e parasomnias também estão relacionadas a acordar várias vezes durante a noite. Esses distúrbios afetam diretamente os ciclos do sono, tornando-o fragmentado.
O que fazer se é algo sério?
Quando os despertares frequentes começam a impactar a qualidade de vida, afetando o desempenho e a disposição, é indicado buscar orientação médica.
O primeiro passo é uma consulta para identificar potenciais causas e compreender os sintomas apresentados. Em muitos casos, o profissional do sono poderá sugerir a realização de uma polissonografia.
A polissonografia é um exame que permite avaliar as atividades do sono, registrando movimentos, atividade cerebral, padrão respiratório e frequência cardíaca. Este detecta a presença de apneia obstrutiva do sono e outras condições relacionadas.
Realizado em ambiente de clínica ou, em alguns casos, na casa do paciente, a polissonografia fornece uma visão do que pode estar ocorrendo durante a noite.
Tratamentos
Os tratamentos para os despertares frequentes variam conforme a causa identificada. Em alguns casos, pequenas mudanças na rotina e no ambiente de sono podem fazer uma diferença significativa. Confira algumas abordagens comumente recomendadas:
Mudanças de hábitos
Ajustes na rotina diária e na higiene do sono ajudam a melhorar a qualidade do descanso. Recomenda-se estabelecer horários regulares para dormir e acordar, evitar a exposição a dispositivos eletrônicos antes de deitar e reduzir o consumo de cafeína e álcool nas horas que antecedem o sono.
Terapias comportamentais
Para aqueles que enfrentam dificuldades para dormir devido a estresse ou ansiedade, terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I) têm mostrado benefícios. Essa abordagem identifica e altera pensamentos e comportamentos que podem estar interferindo no sono, promovendo uma maior tranquilidade durante a noite.
Tratamento de distúrbios do sono
Em casos de apneia obstrutiva do sono, o uso de aparelhos como o CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) é indicado.
Este aparelho mantém as vias respiratórias abertas durante o sono, prevenindo interrupções e melhorando a qualidade geral do descanso.
Para outros distúrbios, como a síndrome das pernas inquietas, podem ser sugeridos tratamentos medicamentosos específicos ou técnicas de relaxamento muscular.
Ajustes no ambiente de sono
Utilizar cortinas blackout, ajustar a temperatura e evitar ruídos externos são algumas das medidas que contribuem para um ambiente favorável ao descanso.
Orientação médica regular
Ao lidar com despertares frequentes, o acompanhamento com profissionais da área é um recurso valioso. Além de monitorar os tratamentos propostos, a orientação contínua permite ajustes necessários ao longo do tempo, acompanhando as mudanças que ocorrem no padrão de sono do paciente.
Se você enfrenta dificuldades para dormir e quer saber mais sobre os exames e tratamentos disponíveis, entre em contato com a clínica Pneumosono e agende uma consulta para uma avaliação completa.