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Ervas para curar insônia: será que realmente funcionam?

Há muitos que indicam uso de ervas para curar insônia, conhecidas popularmente por suas propriedades relaxantes.

Diversos produtos à base de plantas são recomendados como soluções naturais para promover o sono, mas há embasamento científico para suas alegações?

Este artigo aborda a real utilidade dessas ervas e o que se sabe sobre seus efeitos no tratamento da insônia.

Por que tantas pessoas acreditam nessas ervas para curar insônia?

A maioria desses produtos não faz promessas detalhadas em suas embalagens. Em vez disso, mencionam frases como “um caminho natural para noites de sono tranquilo” ou “usado tradicionalmente por suas propriedades sedativas para aliviar a insônia”.

No entanto, há estudos acadêmicos que sugerem que alguns desses ingredientes influenciam uma substância química no cérebro chamada ácido gama-aminobutírico, ou GABA, conforme sua sigla em inglês.

Um dos receptores de GABA tem um efeito inibidor, resultando em sedação em partes do sistema nervoso central. Portanto, se os ingredientes desses produtos agissem nesse receptor, eles poderiam ser considerados, sim, uma solução para facilitar o sono.

Mas a grande questão é se realmente cumprem essa função. Será que esses produtos conseguem produzir o efeito esperado e ajudar as pessoas a dormir melhor?

Camomila

Vamos falar das infusões, muitas vezes compostas por ervas aromáticas, mel, cascas exóticas e flores como a camomila, que é bastante popular. O que dizem as evidências sobre sua interação com os receptores de GABA?

Entre os vários ingredientes que encontramos nos chás, existem centenas de compostos químicos produzidos pelas plantas. No entanto, raramente se sabe ao certo qual substância ou grupo de substâncias exerce a maior influência.

Não há uma confirmação sólida sobre se a camomila realmente interage com os receptores de GABA. Embora alguns estudos tenham sido realizados, o problema principal reside nas diferenças entre as metodologias utilizadas, como as variações nas doses aplicadas, nas populações estudadas e nos resultados observados.

Isso torna difícil obter evidências consistentes e definir a dose apropriada para um efeito concreto, caso ele exista.

Valeriana

A raiz de valeriana é uma das ervas mais conhecidas, originária da Europa e da Ásia, podendo atingir até 1,5 metros de altura durante o verão, quando exibe flores perfumadas nas cores rosa ou branca.

Esse extrato é encontrado em várias formas, como chá, xarope ou comprimidos. Alguns produtos sugerem doses específicas, indicando que podem ajudar a acalmar ou reduzir a inquietação, facilitando o sono.

O óleo essencial extraído da raiz de valeriana contém uma combinação de mais de 150 substâncias químicas, mas ainda não se sabe ao certo qual delas exerce o papel principal.

Há algumas hipóteses de que uma dessas substâncias possa interagir com receptores de GABA ou até mesmo com os de serotonina. No entanto, as evidências sobre essa ação também ainda são limitadas.

A questão permanece sobre a real utilidade da valeriana para esse propósito. Até o momento, a comunidade científica não chegou a um consenso, e não há dados conclusivos em humanos que comprovem seu efeito nos receptores de GABA.

As informações disponíveis ainda não são suficientes para recomendar a valeriana com segurança.

Lavanda

O óleo de lavanda é amplamente conhecido por seu aroma relaxante, mas a questão que surge é se há comprovação científica de seu efeito calmante. A resposta é como as outras anteriores, ainda faltam evidências concretas.

Muitos desses produtos são classificados como alimentos, o que os submete apenas às regulamentações para produtos alimentícios, sem a necessidade de estudos rigorosos como os exigidos para medicamentos.

Isso pode explicar a ausência de dados robustos sobre o uso clínico de preparações à base de ervas, incluindo a lavanda. O fato de não haver evidências científicas que validem seu uso medicinal, no entanto, não impede que a erva continue a ser utilizada.

Durante séculos, as pessoas têm recorrido a remédios naturais, e há exemplos de substâncias farmacêuticas que surgiram a partir dos mesmos, como a aspirina, que foi derivada da casca do salgueiro.

Grande parte dos compostos usados na indústria farmacêutica tem origem em produtos naturais, embora seja necessário um extenso processo de otimização para transformá-los em medicamentos que funcionem com eficiência.

Embora o óleo de lavanda não tenha comprovação científica suficiente, seu aroma é apreciado por muitos e é fácil entender por que alguns escolhem utilizá-lo para relaxar. 

Sentir-se confortável e relaxado aumenta as chances de uma noite de sono mais tranquila, então se o simples ato de tomar um chá sem cafeína já melhora seu relaxamento, isso já é um passo positivo.

No entanto, se o problema de sono for mais profundo, práticas de relaxamento por si só não serão suficientes para solucionar a questão, e alternativas clínicas precisam ser consideradas.

Caso tenha dúvidas sobre como melhorar seus hábitos de sono ou precise de uma avaliação mais detalhada, entre em contato com a Pneumosono. Nossa equipe está à disposição para oferecer orientação e suporte.